Quando tinha 4 anos de idade, Ana foi abusada sexualmente. Mesmo com tão pouca idade ela nunca conseguiu esquecer aquele momento. O ato não foi consumado, mas ficou nela o medo. Esse medo que virou pânico. Ela permitiu que isso a dominasse, a ponto de tentar várias vezes o suicídio. O pior de tudo é saber que o autor foi seu próprio tio. Sim, o irmão de sua mãe foi capaz de um ato tão cruel com uma criança.
Ana conseguiu se formar em administração com muito esforço, pois as idas as aulas, para ela, era um martírio. Hoje, ela não consegue arrumar um emprego, sem amigos, sem conseguir voltar a estudar, sem conseguir viver sem outra pessoa, senão sua psicóloga e sem um motivo para sorrir. Vê pessoas seguindo sua vida e sente inveja. Gostaria de ser alguém normal. Gostaria de se sentir valorizada, útil e bonita, porém tem vergonha até de seus pensamentos e por isso se recolhe em seu quarto.
O que resta para ela é esperar que Deus a leve embora desse inferno que virou sua vida. Do inferno que ela vive desde que se conhece por gente.
Finalizo este post deixando claro que os nomes são fictícios mas que a história é verdadeira. Mostro pra vocês como prova viva (já que eu convivo com alguém com um trauma como esse) de que pessoas assim vivem atormentados por lembranças que a matam um pouquinho a cada dia.
/Thamires Figueiredo.