terça-feira, 31 de maio de 2011

Sobre o amor..


"- Oi!
- Oi!
- Vim o mais rápido que pude. Como você tá?
- Agora eu estou bem, acho até que estou feliz.
- É mesmo? Porque?
- Bem, descobri que não quero mais te amar.
- Mas porque?? Eu gostava tando de você me amando! E você também parecia gostar!
- É eu gostava, mas comecei a perceber que estava me fazendo mal.
- De que forma o amor lhe fazia mal? Amar pra mim é algo tão legal.
- Eu acho que te amo demais e isso faz com que eu me ame de menos.
- Então me ame menos e se ame mais, assim continuamos os dois se amando.
- Você já ouviu falar de coração que aprende a amar menos depois que já provou o sabor de amar muito? Eu não conheço. Só resta deixar de amar.
- Poxa, mas o amor da gente era tão bonito. Como eu vou ficar agora? Amando só?
- Não sei. Não pensei nisso.
- Amar só não é bom. Machuca e depois cicatriza, pra machucar novamente logo mais na frente e então cicatriza de novo. É uma ferida que nunca sara.
- Mas ainda é amor, não foi você quem disse que amor é legal?
- Sim, é amor, porém um amor feio. Você conhece algum coração que depois de ter contemplado a beleza de um amor vai se contentar com a feiura desse mesmo amor? Eu não conheço.
- É, acho que você tem razão.
- O que faremos agora?
- Acho melhor você deixar de me amar também.
- Anda tendo tão pouco amor pelo mundo, porque temos que acabar com dois (ou seriam três: o de um, o do outro e o dos dois)?
- Seu continuar te amando vou acabar deixando de me amar, o que vai fazer com que meu amor acabe. Sem amor próprio eu também não terei como te amar, logo sem seguida o seu amor por mim também acabará. Melhor não nos amarmos agora que podemos evitar o pior.
- E porque não podemos apostar no amor? Ele pode mudar, podemos fazer com que ele seja bom para nós dois. Prefiro arriscar deixar que um amor morra naturalmente porque ele não tinha mais o que amar que matar um amor por puro exercício de futurologia!
- Talvez você tenha razão, o que por si só é estranho, porque o amor não é racional.
- Estranho é você dizer isso! Quem começou com isso de racionalizar o amor foi você!!
- Sabe de uma coisa? Esqueça tudo... eu te amo!!
- Pois agora sou eu quem não te ama mais!!
- Mas porque?!?!?
- Não quero alguém que vê o amor como uma massinha de modelar, que o pega nas mãos e o transforma a seu bel prazer. Quero alguém que veja o amor como um vento: livre e leve, mas ainda assim capaz de pouco a pouco carregar uma montanha. Adeus."


(Retirado do blog A vida em algumas linhas)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A chuva.


O tempo muda, as pessoas correm com medo do que vem por ai. A chuva vem e tras um novo espírito pra quem dentro de casa se esconde. A chuva vai e nada mudou desde sua chegada.
Corro de um lado pra outro a procura de algo que ainda não sei o que é. Talvez até saiba, só não sei como se chama, se é pessoa ou objeto. Não importa. Eu não ando querendo saber. "Pra quê a pressa, mocinha?" Rs. Ando lembrando muito dessa frase. E aprendendo com ela, muito.
É no tempo chuvoso que habita em mim o momento de reflexão. E também é nesse tempo que a tristeza impera e a saudade se faz presente. Mas nada que o aconchego da cama e uma boa música não nos faça relaxar e dormir, até quem sabe sonhar. E amanhecer mais um dia, com esperança de que hoje é um ótimo dia pra recomeçar.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A dor que dói mais.


"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."


A linda da Martha Medeiros, aqui (:

quarta-feira, 11 de maio de 2011

abrir espaços..

Ao acordar de um pesadelo, percebo que o medo que se faz presente no ato entre acordar e o de ter realmente a certeza de que nada que acontecia ali é de fato real, me alivia. Mas não deixa de causar um impacto sobre mim. É assim que aconteçe geralmente quando uma coisa muito ruim aconteçe na minha vida. O medo se faz presente, eu me desespero e logo em seguida percebo que as coisas podem não ser tão ruim quanto aparenta ser, afinal, tudo vai depender do seu modo de ver. Eu acredito sim na força do tempo, no poder que as palavras tem e mais ainda que nada nessa vida é por acaso.





"Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da felicidade não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim. Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve. Que o respeito comigo mesmo seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior. Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver.


Caio Fernando de Abreu.

domingo, 8 de maio de 2011

um dia lindo..


Abrir meu coração pra falar dela é a coisa mais fácil e emocionante que pode existir. Eu sei que nada se torna comparável ao amor e dedicação de uma mãe para um filho, mas hoje, hoje eu venho dizer que se existe verdadeiramente amor em mim, esse é totalmente direcionado a ela. Não que não sobrasse amor pra o resto, mas é que o tanto de amor que eu carrego aqui vem de um amor muito maior que é o dela. Um amor puro, tranquilo, mansinho. É aquele amor que não precisa se manifestar com nada pra saber que ele existe, que tá ali. É o tipo de amor que se obtém retorno num sorriso, num olhar, não precisa muita coisa.

Minha mãe é a pessoa mais forte e batalhadora que existe. Quem conheçe minha história sabe perfeitamente do que eu falo. Minha mãe sabe ser mãe, pai, amiga, conselheira, harmonia, calmaria, esperança e dedicação. Minha mãe que passa por provas de fogo por ser mãe e por carregar com ela todo esse dom que de fato só pode ser presente de Deus. Minha mãe que em tantas já se viu a ponto de desistir, de renunciar, mas por ser mãe voltou atras. Minha mãe que não faz nada por ela, mas tudo por mim. Minha mãe que mereçe e tem toda a minha admiração pelo seu jeito, seu caráter e sua força.

Obrigada meu Deus, obrigada por me dar a honra de ter sido gerada no ventre dela e por ter sido através dela que o Senhor me viu pela primeira vez.

Mainha, você é a pessoa que eu mais amo nessa vida. Sou louca e apaixonada por você.!

Um feliz dia das mães também a minha vó que se fez presente em grandes etapas da minha vida, me ajudando sempre. O meu te amo é em forma de agradecimento! Enfim, desejo a todas as mãenzinhas um feliz dia hoje e sempre. Beijo carinho a todas (:

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tudo mal, mas tudo bem.


Guardando emoções e sentimentos, eu guardo também todas as fragilidades e medos que existe aqui, em mim. Quem verdadeiramente me conheçe, sabe até que ponto eu falo e demonstro. O que já foi grandes motivos de brigas entre amigas ou qualquer outro tipo de relaciomento. Sou calada quando o assunto se trata: EU. Diferente de quando alguém precisa de uma palavra amiga, uma ajuda, um conselho, quando minhas leseiras e excesso de carinho se fazem presente. Ou quando me deparo com alguém novo, quando o auge se torna minhas perguntas, onde no final eu acabo conheçendo a pessoa bem mais do que o que ela foi capaz de me conheçer. Na verdade, as pessoas muitas vezes nem se preocupam de tentar entender o que realmente se passa, talvez nem eu mesma saiba. Me fecho no meu mundo, armazeno tudo de ruim e me prendo a mim mesma. Sem chances de mais nada. Eu sei que tudo isso pode ser paranóia da minha cabeça e pior, sei também que isso me causa um mal sem dimensão. Uma das causas é o medo de se relacionar. Esse, não tão somente por minha culpa, mas por ter levado tantas e tantas, por sempre me entregar demais em tudo, por sempre querer o melhor e só receber o pior. Por sempre se relacionar com as pessoas erradas. Seria muita hipocresia da minha parte dizer que eu não agiria com alguém que acaba de chegar de uma forma, sem se preocupar se ela pode ou não me fazer mal. Não, eu não consigo mais. Se eu já era, me tornei ainda mais uma pessoa desconfiada com todos, claro, até um limite. Não que tenha virado uma coisa robótica, mas agora eu tento colocar os pés no chão bem mais. Não é a toa que aproveitei a deixa e até tomei decisões que até então, não conseguia.



"Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão. E que só sabe escrever. Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como "eu gosto de você". Gosto de mim. Acho que é o destino dos escritores. E tenho pensado que, mais do que qualquer outra coisa, sou um escritor. Uma pessoa que escreve sobre a vida – como quem olha de uma janela – mas não consegue vivê-la."


Caio.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

fotografias.


"O passo entre a realidade que é fotografada na medida em que nos parece bonita e a realidade que nos parece bonita na medida em que foi fotografada é curtíssimo. (…) É só você começar a dizer a respeito de alguma coisa: “Ah, que bonito, tinha era que tirar uma foto!”, e já está no terreno de quem pensa que tudo o que não é fotografado é perdido, que é como se não tivesse existido, e que então para viver de verdade é preciso fotografar o mais que se possa, e para fotografar o mais que se possa é preciso: ou viver de um modo o mais fotografável possível, ou então considerar fotografáveis todos os momentos da própria vida. O primeiro caminho leva à estupidez, o segundo à loucura."

Ítalo Calvino.