terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Abra a janela para que você veja a dor outro.


A minha irmã passsou 20 dias no hospital. Ela recebeu todos os cuidados necessários e hoje ela pode ir pra casa. O alivio aqui é enorme. Mas poderia ser maior, não exatamente por ela.

Lá, eu pude conhecer uma imensidão de pessoas, de doenças, de sofrimentos, de sorrisos também. Eu conheci dona Domingues, uma senhora toda cheia de vida que vez ou outra precisava de nossa ajuda pra chamar algum enfermeiro pra que ela pudesse tomar aerosol, ela sofria de algumas doenças que fazia com que faltasse o ar. Conheci a Rafa, a menina que quase não falava com as pessoas, exceto quando precisava de algo e ela mesmo gritava de onde tava pela enfermeira, a qual chamava sempre de tia. Nunca apareceu ninguém atras dela por lá e nunca também consegui falar com a pessoa que era dona do número de telefone que ela havia me dado. Soltei muitas risadas com o Joaozinho, que apesar de não ser primeira vez que estava internado, levava tudo na base da alegria. E mesmo com algumas coisas que eu não achava certo, me fez rir por várias vezes. A companheira de quarto era uma pessoa que eu conversava muito, conversava tanto que esqueci de perguntar o nome dela, é mole?! Não sei como consegui passar tanto tempo com uma pessoa e não saber o nome. Mas enfim, gostei dela. Teve outras que de forma indireta, conviveram com a gente durante esses dias. Eu destaco uma pessoa, o Eduardo.

Eu sempre via ele deitado, as vezes com alguém do lado e outras vezes não. Via que sempre que eu passava pelo quarto dele, ele tava sempre com o olhar fixo em algo. Uma vez entrei no quarto dele pra chamar uma enfermeira, olhei pra ele e ele pra mim, mas nada disse. Mais um fim de semana chegou e eu fui pra lá, pra cuidar da minha irmã enquanto minha mãe ia pra casa descansar. No relógio era por volta das 10 da noite, a minha irmã estava quase dormindo. Escutei gritos de dor. Saí do quarto da minha irmã e fui em direção ao som. Parei na porta do quarto do Eduardo, que na hora olhou pra mim. Ela continuava com os gritos e nos olhos eu via o pedido de ajuda que ele não conseguia pronunciar. Sai correndo naquele imenso corredor atras de ajuda. Voltei com uma enfermeira que foi logo verificando o que tava acontecendo. Ao lado dele estava a mãe, que só fazia chorar e segurar uma das mãos dele. Depois de verificado o que tava acontecendo, a enfermeira foi atras de uma medicação para dor. E eu me vi segurando a outra mão de Eduardo, falando pra ele que Deus o curaria e que logo aquela dor ia passar. A enfermeira chegou, trouxe com ela um remédio e foi logo aplicando. Eu permaneci ali, enquanto a mãe dele saiu pra chorar do lado de fora do quarto. Eu não sei o que aconteceu, só sei que vi naquele sofrimento diante de mim uma necessidade absurda de ajudar, de fazer algo por ele.

Naquele dia ele adormeceu enquanto eu ainda segurava a mão dele, por dentro eu fazia uma oração. No outro dia, ele acordou bem melhor da dor, mas ainda assim seu estado era um pouco complicado. Hoje a minha irmã ta indo embora de lá. Graças a Deus ela ta melhorando e a recuperação vai ser em casa. Mas fica lá o Eduardo, com suas poucas melhoras. Mas que eu vou orar e ligar todos os dias pra saber como ele está. Se a minha irmã conseguiu sair dessa, ele também vai coneguir, porque o Deus que eu confio é fiel e tremendo.

Agradeço a Deus pela minha irmã e a vocês pelo apoio e carinho.





/Thamires Figueiredo.

6 comentários:

quaresma. disse...

fico feliz, não só pelo fato da sua irmã já tá em casa e melhor, mas pela confiança que você depositou em mim. obrigada por me deixar participar sua vida e das suas vitórias! (:

e essa coisa de não saber o nome é só um detalhe, o mais importante a gente já descobriu: o que existe por detrás da capa, né?!

beijas, pitchula! ;*
s2

Rafael Milanezi disse...

Interessante essa coisa de diário virtual...

Dê uma olhada... desencargo.blogspot.com

Ale disse...

Thamires,

Primeiro: melhoras pra sua irmã. Que a recuperação Dela seja plena.

E quanto exemplo de apertar o coração.

Nessas horas a gente percebe o quão abençoado é, por ter onde buscar amparo e apoio,

É triste estar só quando se está bem, imagina em momento ruim,

Que Deus ilumine a Todos que estejam sozinhos,


A Ti, a Sua Irmã: força e fé,


Bjka

Tânia Regina disse...

Chegando no teu blog agora,mas sei que as pessoas adoecem...não somos 'super herois',a gente só esquece disso.
Num hospital as cores são meio desfocadas...
A vida...fica desfocada e a gente procurando o angulo pra recupera-la o mais nitida possivel.
Um beijo.

ps: vou te seguir.

A.S. disse...

Só posso desejar-te força, coragem, fé e pensamento positivo!

Um abraço!
AL

Gabriela Freitas disse...

Acho que me perdi um pouco aqui, fiquei um tempo sem visitar-te, culpa do ano novo, das férias e do colegial... terceiro ano já começou com tudo, e ainda tem o vestibular... mas lendo seu texto vi como meus "problemas" são pequenos.
Desculpa por não ter vindo aqui antes, se eu soubesse que sua irmã estava mal certamente teria Orado por ela, mas farei isso hoje e pedirei que fique tudo como está, bem e que o menino do quarto, o Eduardo, mesmo que devagar melhore.
Senti saudades daqui.